São áreas fossilíferas, ou seja, áreas que possuem condições propícias à formação e preservação de fósseis. No Geoparque Quarta Colônia encontram-se dezenas de geossítios fossilíferos, todos utilizados exclusivamente para pesquisa, ou seja, não estão disponíveis para visitação turística.
As pesquisas são realizadas pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que realiza o contato diretamente com os proprietários das áreas de interesse paleontológico, e solicita a autorização para a prática de pesquisas e escavações no terreno. Caso o terreno seja público, como por exemplo em rodovias, as escavações são realizadas livremente e, caso seja uma área da prefeitura, é feita a solicitação de acesso aos responsáveis.
Dentro da Mostra Paleontológica do CAPPA, são realizadas visitas guiadas com a intenção de divulgar a paleontologia da Quarta Colônia. os agendamentos para visitações podem ser realizados pelo telefone/whats (55)99974-1090 ou pelo email cappa@ufsm.br
Conheça aqui os Geossítios Fossilíferos do Geoparque Quarta Colônia Aspirante UNESCO!
Localização: São João do Polêsine, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Rincossauros (Hyperodapedon sp.), Lagerpetídeos (Ixalerpeton polesinensis), Dinossauros (Buriolestes schultzi) e Aetossauros (Polesinesuchus aurelioi).
O geossítio consiste de uma série de exposições rochosas localizadas em terreno particular formado por pavimentos irregulares, ravinas e barrancos. Possui acesso por dentro da propriedade rural homônima, sendo que os níveis fossilíferos distam cerca de 1km da rodovia. Litologicamente correspondente à Formação Santa Maria, mais especificamente à base da Sequência Candelária, ZA de Hyperodapedon. O sistema deposicional é relacionado a canais fluviais, dos quais há registro sobretudo de dinossauros (Buriolestes), pterossauromorfos (Ixalerpeton) e rincossauros (Hyperodapedon).
Possui relevância científica internacional, dado o registro de alguns dos mais antigos dinossauros do mundo (Cabreira et al., 2016; Müller et al., 2018) .
Localização: São João do Polêsine, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Peixeis, Anfíbios (Compsocerops sp.), Rincossauros (Hyperodapedon sp.) e Arcossauros.
Está localizado em uma área próxima ao Geossítio Buriol, localizada no limite entre os Municípios de São João do Polêsine e Restinga Seca. Embora os dois geossítios sejam eventualmente considerados como uma só área na literatura, possuem características litológicas e fossilíferas que permitem individualizar as duas áreas, ainda que possam ser potencialmente contínuas.
O Geossítio Pivetta consiste de um barranco de beira de açude, com níveis pelíticos em sua base que preservam fósseis de rincossauros e icnofósseis de invertebrados. Esses níveis são sobrepostos por níveis areníticos representativos de canal fluvial, com depósitos conglomeráticos de dentes de arcossauros carnívoros, bem como escamas de peixes, conchostráceos e tetrápodes indeterminados. O topo da exposição consiste de pelitos vermelhos, com restos de tetrápodes, placas de dipnoicos e conchostráceos. Pela elevada concentração de material fossilífero, é um sítio de alta relevância científica.
Localização: São João do Polêsine, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Rincossauros (Hyperodapedon sp.), Dinossauros (Gnathovorax cabreirai) e Cinodontos (Prozostrodon brasiliensis).
O Geossítio Marchesan é formado por uma área de afloramento próxima de uma lavoura de arroz, muito próxima da área urbana. Compreende dois níveis de exposição de pelitos avermelhados, intercalados por lentes de arenitos finos a grossos, que representam uma planície de inundação.
A área superior do sítio é o local-tipo do dinossauro Gnathovorax, além de preservar restos de cinodontes, rincossauros e icnofósseis de invertebrados. Os fósseis coletados na localidade são notáveis por sua preservação de excelente qualidade, com poucas distorções e elevado grau de completude e endemismo, o que confere ao local grande importância científica.
Localização: São João do Polêsine, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Rincossauros (Hyperodapedon sp.), Dinossauros e Aetosaurus.
O Geossítio é composto por um barranco de beira de morro em beira de estrada, com exposição vertical de cerca de 15 metros. Apresenta intercalações de pelitos maciços avermelhados e arenitos estratificados, com eventuais níveis de retrabalhamento das camadas subjacentes, representativos de canais fluviais de energia variável, além de corpos lacustres.
Apresenta registros de rincossauros, aetossauros e dinossauros, além de tetrápodes indeterminados, além de icnofósseis de invertebrados. Possui relevância científica pelo conjunto de fósseis que concentram-se no local, bem como relevância educacional, visto que o local é amplamente utilizado como área de visitação por universidades devido à facilidade do acesso e à preservação vertical de boa visibilidade.
Localização: Dona Francisca, RS
Tempo geológico: Triássico Médio
O Geossítio consiste de uma ampla área de afloramentos ao longo de um terreno particular localizado atrás de um posto de combustíveis. O local fica próximo ao trevo de acesso à área urbana de Dona Francisca. Os barrancos variam de 3 a 7 metros de altura, sendo que a área total do conjunto de afloramentos fica em torno de dois hectares (Godoy et al., 2012). Corresponde litologicamente à Formação Santa Maria, Sequência Pineiros-Chiniquá, ZA de Dinodontosaurus. O sistema deposicional consiste de fácies lacustres e de planície de inundação distal, muitas vezes com concreções carbonáticas, gretas de contração e rizólitos.
Possui amplo registro de cinodontes (e.g. Massetognathus), dicinodontes (Dinodontosaurus) e pseudossúquios, incluindo Prestosuchus e Decuriasuchus (França et al., 2013; Pavanatto et al., 2016; Mastrantonio et al., 2019; Roberto-Da-Silva et al., 2020). Possui elevado valor científico e educacional, além de potencial para uso geoturístico, desde que garantida a proteção dos níveis fossilíferos.
Fonte das informaões: Dossiê do Geoparque Quarta Colônia
Localização: Agudo, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Cinodontes (Siriusgnathus niemeyerorum).
O Sítio Fossilífero ASERMA localiza-se dentro da área urbana do município de Agudo. Corresponde a um a exposição vertical de cerca de 5 metros de arenitos avermelhados muito finos e pelitos, característicos de planícies de inundação. É litologicamente correspondente à Formação Santa Maria, Sequência Candelária, embora a bioestratigrafia do afloramento seja incerta pela carência, até o momento, de fósseis-guia (Schultz et al., 2020) . É notável pela presença do traversodontídeo Siriusgnathus, que pode representar o último traversodontídeo do continente americano (Miron et al., 2020) , além de registros de coprólitos (Marsola et al., 2018) .
Localização: Agudo, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Cinodontes (Siriusgnathus niemeyerorum e Agudotherium gassenae) e Dinossauros.
O Geossítio Niemeyer, localizado na área rural do Município de Agudo, consiste de uma série de afloramentos de beira de via, além de barrancos associados a lavouras e açudes. A principal área fossilífera, às margens de um reservatório de água para irrigação, é notável por sua extensa concentração de restos do cinodonte Siriusgnathus, que compreende dezenas de espécimes de diferentes classes de idade.
O sítio ainda preserva restos de dinossauros e icnofósseis de invertebrados. A exposição compreende níveis de pelitos avermelhados com nódulos carbonáticos, intercalados por lentes de arenitos finos, que representam uma planície de inundação. Os níveis com ampla concentração de cinodontes são interpretados como depósitos residuais (lag-deposits), por apresentarem elementos de distintos graus de preservação, sugerindo mistura temporal. Pela peculiar concentração fossilífera, ainda em estudo, é considerado um sítio de grande importância científica.
Localização: Agudo, RS
Tempo geológico: Triássico Superior
Fósseis encontrados: Rincossauros (Hyperodapedon sp.), Arcossauros (Dynamosuchus collisensis), Dinossauros (Pampadromaeus barberenai e Bagualosaurus agudoensis) e Cinodontes (Exaeretodon riograndensis e Trucidocynodon riograndensis).
O Geossítio Janner é uma exposição à beira de um morro, associada a um açude, dentro de área particular na zona rural do Município de Agudo. A área fossilífera dista cerca de 500 metros da rodovia. A porção fossilífera do sítio é litologicamente referenciável à Formação Santa Maria, Sequência Candelária, ZA de Hyperodapedon. É composta de pelitos e arenitos avermelhados relacionados a canais fluviais e corpos lacustres que preservam uma das mais ricas faunas de vertebrados da Quarta Colônia (Oliveira et al., 2010; Pretto et al., 2015, 2019; Müller et al., 2020; Schultz et al., 2020) , incluindo dinossauros (Pampadromaeus, Bagualosaurus), cinodontes (Exaeretodon, Trucidocynodon), ornitossúquios (Dynamosuchus) e rincossauros indeterminados. O topo do sítio apresenta uma fácies fluvial discordante, representada por arenitos brancos a rosados, com estratificações cruzadas. Esse nível, apesar de afossilífero, é litologicamente representativo da Formação Caturrita. Por seu rico potencial fossilífero, tem relevância científica internacional, bem como alta relevância educacional.
Está localizado na área rural do Município de Agudo, e compreende uma série de ravinas onde afloram arenitos rosados depositados em contexto fluvial.
A localidade é a área-tipo do dinossauro Macrocollum, que conta com uma associação de pelo menos quatro esqueletos semi-articulados e também conta com registros de outros tetrápodes indeterminados. Devido ao patrimônio fossilífero preservado no sítio, se atribui ampla importância científica ao local.
O geossítio é representado por cortes de estrada não pavimentada que liga a RS149 ao distrito turístico de Vale Vêneto.
O principal afloramento possui 80 metros de extensão e 3 metros de altura, e conta com belo exemplar de tronco fóssil, embora outros espécimes já tenham sido resgatados do local, um deles salvaguardado junto ao CAPPA/UFSM.
O geossítio é atribuído à Formação Caturrita, sendo formado basicamente por intercalações de arenitos e pelitos associados a depósitos de canais fluviais e corpos lacustres (Godoy et al., 2012). Uma vez que ocorre em uma via já usada com finalidade turística, e dado o potencial de preservação dos lenhos in situ, o Geossítio Estrada Vale Vêneto é caracterizado como um bom exemplo de atrativo geoturístico.
Localização: Faxinal do Soturno
Tempo geológico: Triássico Superior
O Geossítio Linha São Luiz é um dos mais férteis afloramentos fossíliferos da região da Quarta Colônia!
Compreende afloramentos pavimentos irregulares, ravinas e barrancos originalmente com exposição vertical de mais de 10 metros, que correspondem a níveis com cerca de 225 Ma (Langer et al., 2018), com níveis que supostamente poderiam indicar camadas Jurássicas (Barboni & Dutra, 2013). As principais áreas aflorantes consistem de níveis de arenitos rosados maciços, intercalados com depósitos pelíticos que em conjunto representam depósitos fluviais e corpos lacustres.
Possui a peculiaridade de preservar uma ampla diversidade de microvertebrados, sobretudo cinodontes (incluindo a linhagem dos Brasilodontidae, importante na compreensão da evolução dos mamíferos). Preserva também dinossauros, esfenodontes, procolofonídeos, pterossauromorfos, peixes, insetos, conchostráceos, icnofósseis e gimnospermas.
A riqueza de fósseis-chave, bem como a presença de níveis com datação absoluta confere relevância científica internacional ao sítio. Ademais, a natureza das exposições de rocha conferem ao local possui importante relevância e possivelmente turística.
Fósseis encontrados: Pararépteis (Soturnia caliodon), Lepidossauromorfos (Lanceirosphenodon ferigoloi, Clevosaurus brasiliensis e Cargninia enigmatica), Arcossauros (Faxinalipterus minima), Dinossauros (Guaibasaurus candelariensis) e Cinodontes (Brasilodon quadrangularis, Riograndia guaibensis e Irajatherium hernandezi). Também são registradas pegadas de dinossauros, além de fósseis de invertebrados e plantas.
Fonte das informações: Dossiê do Geoparque Quarta Colôniahttps://www.geoparquequartacolonia.com.br/biblioteca-virtual/dossie-geoparque-quarta-colonia
