Paleontologia

Paleontologia

Paleontologia é a ciência que se dedica ao estudo de restos e vestígios de animais ou vegetais, aos quais chamamos de fósseis, e tem como objetivo conhecer a vida do passado geológico e que ficaram preservados nas rochas. Através dos fósseis, a paleontologia busca identificar os organismos existentes nos períodos geológicos e entender os processos responsáveis pelo surgimento de determinadas espécies, e pela extinção de outras.

 

Na Quarta Colônia, a unidade responsável pelas pesquisas e escavações paleontológicas é o CAPPA/UFSM (Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM), localizado em São João de Polêsine. De acordo com o CAPPA, o processo paleontológico é dividido em cinco etapas:

  1. Prospecção - estudo do terreno e da geologia local;  

  2. Coleta - estudo, exposição e escavação do fóssil; 

  3. Preparação - processo em que o fóssil é extraído completamente da rocha; 

  4. Identificação - descobrir se o fóssil em questão pertence a alguma espécie já conhecida ou não; 

  5. Reconstrução - tentativa de descoberta da aparência real do organismo fóssil.

 

A região central do Rio Grande do Sul é uma área chave no cenário paleontológico internacional do período Triássico, onde encontramos fósseis com cerca de 250 milhões de anos. É palco de grandes descobertas, como a que encontrou o Staurikosaurus pricei, o primeiro dinossauro brasileiro e um dos mais antigos dinossauros do mundo. Essas descobertas, de reconhecimento internacional, aconteceram em uma faixa de cerca de 250 quilômetros, principalmente entre Candelária e São Pedro do Sul, abarcando também todos os municípios da Quarta Colônia e Santa Maria.

 

Além do Staurikosaurus pricei diversos outros fósseis das mais inúmeras espécies foram descobertos na região da Quarta Colônia, veja no quadro  abaixo:

 

Agudo

  • Exaeretodon riograndensis

  • Trucidocynodon riograndensis

  • Siriusgnathus niemeyerorum

  • Hyperodapedon sp.

  • Dynamosuchus collisensis

  • Sacisaurus agudoensis

  • Pampadromaeus barberenai

  • Bagualosaurus agudoensis

  • Macrocollum itaquii

 

Dona Francisca

  • Dinodontosaurus sp.

  • Luangwa sudamericana

  • Massetognathus ochagaviae

  • Protheriodon estudianti

  • Decuriasuchus quartacolonia

  • Prestosuchus chiniquensis

 

Faxinal do Soturno

  • Cargninia enigmatica

  • Clevosaurus riograndensis

  • Lanceirosphenodon ferigoloi

  • Soturnia caliodon

  • Riograndia guaibensis

  • Brasilodon quadrangularis

  • Brasilitherium riograndensis

  • Irajatherium hernandezi

  • Minicynodon maieri

  • Faxinalipterus minima

  • Guaibasaurus candelariensis

 

São João do Polêsine

  • Compsocerops sp.

  • Prozostrodon brasiliensis

  • Hyperodapedon sp.

  • Aetosauroides scagliai

  • Polesinesuchus aurelioi

  • Ixalerpeton polesinensis

  • Buriolestes schultzi

  • Gnathovorax cabreirai

 

E se eu encontrar um fóssil, posso me apropriar ou vendê-lo?

Apesar de os fósseis serem encontrados em propriedade privada, eles não pertencem ao morador ou à pessoa que o encontrou. Todo o recurso que está imediatamente abaixo, no primeiro centímetro da superfície, pertence ao governo. Após identificados e retirados, os fósseis têm seu valor histórico reconhecido e são tombados (ato administrativo que impede a destruição ou descaracterização de determinado local/objeto) para se tornarem patrimônio da humanidade. No caso dos fósseis encontrados pelo CAPPA, a UFSM é a guardiã do material, mas não é a proprietária. A venda e compra de tais objetos são qualificadas, no artigo 180 do Código Penal, como crime com multa e reclusão de três a oito anos. Informações retiradas da Revista Arco 7° edição e CAPPA/UFSM.

 

Base legal:

Os fósseis são patrimônio geológico, portanto são bens da União, desta forma são protegidos por lei. Esta proteção se dá através dos artigos 20, 23 e 24 da Constituição do Brasil de 1988 que reconhecem os fósseis como bens da União. O Decreto-Lei 4.146 de 04/03/1942 dispõe sobre a proteção de depósitos fossilíferos. Tendo em vista o valor cultural atribuído pela Constituição Federal de 1988 aos sítios paleontológicos, a Lei do Tombamento, Decreto-Lei nº 25 de 03/11/1937, é um dos instrumentos legais de preservação e acautelamento deste patrimônio. O outro instrumento de conservação é o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), instituído pela Lei 9.985 de 18/07/2000. A Portaria DNPM Nº 155, de 12 de maio de 2016 – estabelece procedimentos para extração de fósseis. E a Lei Estadual 11.738/02, de 13/12/2001, que declara integrantes do patrimônio cultural do estado os sítios paleontológicos localizados em municípios do estado do Rio Grande do Sul. Texto produzido por Letícia Ramires Corrêa.

 

​Revisão feita por Bianca Guimarães e Natália Huber.

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