Biodiversidade

Biodiversidade

Na Quarta Colônia Italiana estão presentes  dois importantes biomas: Mata Atlântica e Pampa, que garantem uma diversidade biológica própria à região. O Geoparque Quarta Colônia contribui para que haja a conservação desse território tão rico em biodiversidade e para a recuperação  dos processos ecológicos, gerando o desenvolvimento sustentável da região. 

 

Mata Atlântica

Distribuída ao longo da costa atlântica a Mata Atlântica é composta por um conjunto de ecossistemas, que incluem as faixas litorâneas do Atlântico, com seus manguezais e restingas, florestas de baixada e de encosta da Serra do Mar, florestas interioranas, as matas de araucárias e os campos de altitude. Nas regiões Sudeste e Sul chega a atingir a Argentina e o Paraguai. Sua região de ocorrência original abrangia integralmente ou parcialmente mais de 3.000 municípios em atuais 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

 

Atualmente, a Mata Atlântica está reduzida a 7,84% de sua área, com cerca de 102.000 km². É o segundo ecossistema mais ameaçado de extinção do mundo, mas mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlântica ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas, das quais 8 mil são endêmicas, ou seja, espécies que não existem em nenhum outro lugar do Planeta. É a floresta mais rica do mundo em diversidade de árvores. 

 

Comparada com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica apresenta, proporcionalmente, maior diversidade biológica. Estima-se que no Bioma existam 1,6 milhão de espécies de animais, incluindo os insetos. Além disso, aproximadamente 120 milhões de pessoas vivem na área de domínio da Mata Atlântica. A qualidade de vida destes quase 70% da população brasileira depende da preservação dos remanescentes, os quais mantêm nascentes e fontes, regulando o fluxo dos mananciais d'água que abastecem as cidades e comunidades do interior, ajudam a regular o clima, a temperatura, a umidade, as chuvas, asseguram a fertilidade do solo e protegem escarpas e encostas de morros.

 

É também da Mata Atlântica a árvore que deu origem ao nome do País, o pau-brasil (Caesalpinia echinata). Explorado ao extremo para uso como corante e construção de navios, o pau-brasil praticamente desapareceu das matas nativas. A Mata Atlântica é ainda rica em muitas outras espécies de árvores nobres e de porte imponente e ímpar, como as canelas (Nectandra grandiflora Nees), o cedro (Cedrela fissilis Vell.), o jequitibá (Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze), a imbuia (Ocotea porosa (Nees) Barroso) e o pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze), e possui uma diversidade de frutíferas como a Uvaia (Eugenia pyriformis Cambess), a Jabuticaba (Plinia peruviana (Poir.) Govaerts), Cereja-do-Rio-Grande (Eugenia involucrata DC), Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg), o Jerivá (Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman), entre outras espécies frutíferas que trazem diversos benefícios à nossa saúde. 

 

A fauna da Mata Atlântica inclui animais como a onça-pintada (Panthera-onca), o Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), o Quati (Nasua nasua), a Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), e a Jaguatirica (Leopardus pardalis). E entre as espécies de pássaros mais encontradas no bioma está a Saíra-lagarta (Tangara desmaresti), o Tangará (Chiroxiphia caudata), o Beija-flor-de-topete (Stephanoxis lalandi), o Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) e o Pica-pau-da-cabeça-amarela (Celeus flavescens), dentre outros.

 

Bioma Pampa

O Pampa possui terras baixas e predominantemente planas, com colinas arredondadas e "coxilhas" cobertas de plantas herbáceas. Restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de 178 mil km², o Pampa é uma das áreas de campos temperados mais importantes do mundo e é dividido em quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

 

Com um patrimônio cultural associado à biodiversidade, o bioma, reconhecido apenas em 2004, conta com uma paisagem exuberante, onde predominam campos, capões de mata, matas ciliares e banhados. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) o ecossistema conta com 3 mil espécies de plantas, 102 espécies de mamíferos, 476 de aves e 50 espécies de peixes.

 

Possuindo uma área original no território brasileiro de 176,5 mil km2, a vegetação nativa do Pampa vem sofrendo uma supressão sistemática e histórica pela expansão agrícola, que se iniciou nos anos 1970 e estende-se até os dias de hoje, e se agrava atualmente com os reflorestamentos de espécies exóticas plantadas para a fabricação de papel. Embora, no passado, a exploração do Pampa tenha sido marcada pela convivência tranquila entre o homem e o meio ambiente, mais recentemente as novas formas de uso da terra têm contribuído para um rápido desaparecimento da vegetação nativa, que já foi reduzida a aproximadamente um terço da vegetação original. 

 

Representando 2,07% do território nacional e cerca de 63% da área do estado gaúcho, o Pampa tem quatro paisagens predominantes, sendo o planalto da campanha o mais reconhecido: relevo suave ondulado coberto por gramíneas e usado como pastagem natural, pastagem manejada e para atividades agrícolas, principalmente o cultivo de arroz, que precisou drenar grandes áreas alagadas.

 

O pampa também possui uma diversidade de espécies frutíferas, como o Butiá (Butia capitata (Mart.) Becc.), o Guabiju (Myrcianthes pungens), o Araçá (Psidium cattleyanum Sabine), a Pitanga (Eugenia uniflora L.), a Goiaba-Serrana (Acca sellowiana (Berg) Burret), e assim em diante. Dentre os animais nativos do Bioma Pampa está o Tamanduá (Myrmecophagidae), o Tuco-Tuco-das-Dunas (Ctenomys flamarioni), e as espécies de aves mais comuns são o Jacu (Penelope), o Perdiz (Rhynchotus rufescens), o Macuco (Tinamus solitarius), a Corruíra-do-Campo (Cistothorus platensis) e o Quero-Quero (Vanellus chilensis), entre outros. 

Texto produzido por Suzane Marcuzzo.

 

​Revisão feita por Bianca Guimarães e Natália Huber.

 

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